DIA DO MÉDICO Profissionais comemoram avanços da tecnologia como suporte ao atendimento de excelência

myimage

Aos 56 anos, Ediney Gomes retomou a alegria e a força para viver. Após passar por quatro procedimentos cirúrgicos cardíacos, sente que recebeu uma dádiva, que inclui as habilidades da sua equipe médica e da tecnologia. Os três primeiros procedimentos não deram certo e, no espaço de um ano entre cada um deles, lá estava ela no centro cirúrgico de novo. Para evitar abrir o peito pela quarta vez, em 2018, ela e seu médico assumiram o risco de uma cirurgia delicada e inédita para casos semelhantes. Hoje, 18 de outubro, ela celebra o Dia do Médico, retribuindo todo o empenho e coragem dos profissionais, com o coração literalmente cheio de vida.

Ediney foi diagnosticada com Síndrome de Ebstein, uma deformação congênita da válvula tricúspide, que gera fadiga e deficiência cardíaca. Nos primeiros procedimentos foi submetida a uma plastia, depois à colocação de uma prótese biológica na válvula, e ainda a colocação de um anel. Porém, houve rejeição. O médico que a acompanha, Fábio Jatene, sinalizou todos os riscos e indicou que a opção menos traumática seria a realização da valve-in-valve, um procedimento transcateter, com a colocação de uma nova prótese dentro da já existente em seu coração.

Ela foi a São Paulo, onde o cardiologista Alexandre Abizaid realizou o procedimento. “Além das habilidades e da coragem do médico, os avanços da tecnologia na medicina foram muito importantes. Tive muita confiança porque, além da preparação dele, é um ser humano incrível e me olhou como quem cuida”, conta Ediney, que também precisou mudar seu estilo de vida. Antes atuava na área de estética e, no processo de recuperação, passou a criar terrários e minijardins, uma atividade mais leve.

Tecnologia e empatia


Com 25 anos de atuação médica, o especialista em infectologia, Ricardo Madureira, hoje diretor Técnico Assistencial do Hospital Santa Izabel, da Santa Casa, afirma que há muito para se comemorar no Dia do Médico. “Se voltasse ao passado, escolheria de novo a Medicina, porque é uma dádiva ser médico, sobreviver como um trabalhador e ao mesmo tempo ajudar outras pessoas”, diz. Por outro lado, há muitos desafios, também, para o novo profissional. Um deles é abraçar os avanços tecnológicos e estar cada mais conectado ao paciente, desenvolvendo suas habilidades de empatia, de comunicação afetiva, escuta atenciosa. “Em muitos casos, não tem preço a gratidão que recebemos; ter um paciente orando por você”, frisa.


E como as informações estão mais próximas, o profissional também precisa de revisão constante do seu conhecimento, pois será muito questionado até pelo paciente. Uma maneira de atualizar o saber já não está somente nos livros e nos congressos, mas em revistas eletrônicas ou conferências em plataformas digitais, por exemplo. O médico, segundo Madureira, sempre foi formado para ser o herói, no entanto, as mudanças na área apontam para uma forma mais global de tratar um paciente. Assim, as equipes são multidisciplinares, com participação de especialistas de outras áreas e é fundamental trabalhar em equipe. “Não se trata de tirar a importância do médico, mas de atuar em equipe e seguir a medicina baseada em evidência e no que a literatura mundial recomenda”, explica.Além da busca diária por atualização e desenvolvimento das habilidades comportamentais, o médico deve estar preparado para oferecer ao paciente sempre uma experiência positiva. Com maior acesso à informação, paciente e familiares hoje participam do diagnóstico e da definição do tratamento em conjunto com o médico, que já não tem a palavra final e deve saber ouvir e respeitar a opinião da pessoa, confirme recomenda o Conselho Nacional de Medicina. “O médico é um aliado, mas é o paciente quem vai definir se quer o tratamento ou não”, explica Ricardo Madureira.

A equipe do Hospital Santa Izabel conta hoje com mais de mil médicos em 40 especialidades. A instituição realiza um trabalho de engajamento com a equipe através do Núcleo de Relacionamento, com avaliações e treinamentos. Também há as certificações, a exemplo da certificação Hospital Digital (nível 7), que são iniciativas de melhoria para tornar o hospital mais sustentável e digital, em um esforço de qualificação continuada.


No Grupo Hapvida, por exemplo, todas as informações sobre o paciente, laudos, resultados de exame e pareceres médicos estão no prontuário eletrônico. O que possibilita uma visão ampla do histórico, ter acesso à opinião de outros médicos e a definição de melhores tratamentos. “Já tive um paciente que perdeu tudo e todos os exames em uma enchente, mas suas informações estavam guardadas no prontuário eletrônico. Antes era tudo manual e agora existe mais segurança”, comenta Talita Freire, especialista em cirurgia torácica, atual diretora regional do Hapvida.

Dia do Médico


Você conhece a origem do Dia do Médico? A história está ligada às comemorações do dia do evangelista São Lucas, que era médico. Daí, então, a data ter sido escolhida para homenagear os profissionais da área da saúde. Apesar da relação da data com a crença religiosa, a medicina é uma ciência e precisa de métodos para garantir resultados. Neste caso, a tecnologia entra na história como um suporte essencial.

Em 16 anos de profissão, a médica já passou por muitas situações felizes e outras nem tanto, porém, uma das experiências que mais a emocionam é receber uma palavra de agradecimento por ter ajudado um familiar de alguém a falecer em um estado de paz. Por mais recursos que existam, este momento nem sempre pode ser evitado e o médico também precisa ter sensibilidade para ajudar ao paciente. “Trabalhei com idoso por muito tempo e isso acontece. O trabalho é sempre o de combater a doença, mas ajudar alguém fazer a passagem em paz também faz parte da profissão”, comenta. 

Fonte: Correios 24h

 

+ Leia também

VOLTAR