Programa Mais Médicos Fim do convênio Mais Médicos: RN perde 142 médicos cubanos

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Em julho de 2013, o Programa Mais Médicos (PMM) foi lançado para ampliar o número de médicos nas regiões de maior vulnerabilidade social, além de reforçar a saúde em municípios brasileiros, principalmente no interior dos estados. 
Nesta quarta-feira (14), o governo cubano decidiu que vai retirar, até o fim do ano, os 8,5 mil médicos que vêm trabalhando no país. A decisão se deve por conta do que Havana considera terem sido ‘declarações ameaçadoras e depreciativas’ do presidente eleito, Jair Bolsonaro. Segundo a Confederação Nacional dos Municípios, mais de 28 milhões de pessoas devem ficar sem atendimento por conta da briga. Dos municípios brasileiros, 1.575 só têm médicos cubanos.

Mais Médicos no RN 
No Rio Grande do Norte, segundo dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (SESAP), mais de 140 médicos cubanos trabalham por meio do Programa em 101 dos 167 municípios do estado. Para a coordenadora da Comissão dos Mais Médicos do RN, Ivana Maria Queiroz, a saída dos profissionais caribenos elevará de forma significativa o déficit de médicos existente. 
Isso porque alguns médicos preferem diluir sua carga horária em regime de plantões nos serviços de urgência e emergência  ou que não exijam o cumprimento de 40 horas semanais, o que pode afetar a saúde pública, principalmente nos casos de urgência, que necessitam de pronto-atendimento por parte dos profissionais. Para sanar a deficiência de médicos na rede pública com a saída dos cubanos o estado (SESAP) vai se articular com o COSEMS (Conselho dos Secretários Municipais de Saúde) para discutir quais estratégias serão criadas para cobrir esses vazios.
Processo seletivo 
O Ministério da Saúde informou nesta sexta-feira (16) que fará ainda este mês a seleção para contratar profissionais brasileiros em substituição aos cubanos que fazem parte do Programa Mais Médicos. A pasta finaliza nesta sexta a proposta de edital para preencher 8.332 vagas deixadas pelos cubanos. As medidas são pauta de reunião do governo brasileiro com representantes da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). A expectativa do ministério é que os médicos brasileiros selecionados nesta nova etapa comecem a trabalhar nos municípios imediatamente após a seleção, o que deve ocorrer ainda este ano.

 

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